Editorial: Democracia não é torcida, é responsabilidade
23/05/2025 11h21
Por: Vitor Miki
O Litoral Norte de São Paulo vive um novo momento político. Duas cidades estão sob a gestão de novos prefeitos, enquanto outras seguem com administradores reeleitos, reflexo natural da democracia, que permite tanto a alternância de poder quanto a continuidade de projetos bem avaliados pela população.
Mas, junto com os desafios de governar, cresce um problema que vem se tornando cada vez mais comum: o excesso de opiniões desinformadas, baseadas em narrativas superficiais, sem qualquer respaldo técnico, jurídico ou conhecimento mínimo sobre os processos que regem a administração pública.
O ambiente digital, que deveria ser um espaço para o debate saudável de ideias, muitas vezes se transforma em palco para a propagação de fake news e julgamentos apressados. Blogs, perfis de redes sociais e até pseudo jornalistas se alimentam do sensacionalismo e da desinformação, colocando em risco não só reputações, mas também o próprio desenvolvimento das cidades.
É preciso reforçar que a oposição é, sim, essencial para a democracia. O papel de fiscalizar, questionar e propor faz parte do equilíbrio entre os poderes e fortalece a gestão pública. Mas uma coisa é fazer oposição com responsabilidade. Outra bem diferente é transformar qualquer ato do governo em motivo de ataque, torcendo, literalmente, para que as coisas deem errado.
Democracia não é sobre torcidas, rivalidades ou cancelamentos. É sobre diálogo, respeito às instituições e, sobretudo, responsabilidade. Especialmente em tempos onde a velocidade da informação exige ainda mais cuidado com o que se diz, se publica e se compartilha.