Casal dono de autoescola e colégio é preso por fraudes em aulas e provas de direção em Caraguatatuba
18/07/2025 08h24
A Polícia Civil de São Paulo, por meio da Delegacia Sede de Caraguatatuba, realizou nesta quinta-feira (17) uma operação em conjunto com o Detran-SP que resultou na prisão de quatro pessoas – três homens e uma mulher – por envolvimento em um esquema criminoso na Auto Escola Indaiá. O principal alvo foi o casal J.C.B.S, de 45 anos, e F.M., de 36, proprietários da empresa e também donos do Colégio Gemini, que já estava no centro de outra investigação por suspeita de estelionato contra dezenas de pais de alunos.
A fiscalização do Detran constatou fraudes na prestação dos serviços da autoescola, incluindo o registro de “aulas fantasmas” no sistema, onde digitais de alunos e instrutores eram inseridas para simular comparecimento a atividades práticas e teóricas que não ocorriam.
Durante a ação, foram apreendidos dois veículos, seis celulares (que serão periciados) e diversos computadores utilizados para controlar digitais e cadastros falsos. Em um dos flagrantes, um aluno registrou presença por digital e deixou o local a pé, sem sequer entrar em um carro da autoescola. O instrutor, por sua vez, também saiu sem participar de qualquer aula. No mesmo dia, o dono da autoescola foi flagrado saindo da sala durante uma suposta aula teórica, deixando os alunos sozinhos assistindo a vídeos.
Um dos instrutores e um aluno confessaram a prática dos atos ilícitos. Já a mulher presa preferiu ficar em silêncio durante o interrogatório, enquanto o marido apresentou diversas contradições. Uma das vítimas relatou à polícia que o casal oferecia aprovação garantida em troca de propina. Áudios analisados pelos investigadores mostram o dono da autoescola confessando que ele mesmo realizava a prova teórica para os candidatos que pagassem.
A Polícia Civil continua investigando para identificar todos os candidatos que possam ter sido beneficiados pelo esquema. O Detran-SP informa que quem obteve a CNH por meio de fraude poderá ter o documento cassado. Os envolvidos vão responder pelos crimes de: Inserção de dados falsos em sistema da Administração Pública; Associação criminosa; Corrupção passiva; Falsidade ideológica. Após exames médicos legais, os quatro presos serão apresentados à Justiça em audiência de custódia.
Caso anterior: estelionato em escola particular
Os mesmos proprietários da Auto Escola Indaiá também estão sob investigação por suspeita de estelionato envolvendo o Colégio Gemini, do qual também eram donos. Em março deste ano, mais de 30 pais registraram boletins de ocorrência contra o casal, alegando que o colégio fechou repentinamente após receber as rematrículas para o ano letivo de 2025. O fechamento ocorreu sem autorização da Diretoria de Ensino e sem devolução dos valores pagos pelas famílias.
